quinta-feira, 1 de dezembro de 2011

quinta-feira, 29 de setembro de 2011

terça-feira, 27 de setembro de 2011


Foto: João Evangelista
"Vemos a vida através de um olhar invisível... de um olho mágico ... não fosse assim, tudo seria muito chato... estranha e esmagadora rotina... o ato de olhar recria o mundo e anima-nos a viver"...

Foto: João Evangelista
"Vi da minha janela
a festa do poente nos morros distantes"...
Pablo Neruda

quinta-feira, 15 de setembro de 2011

Fotografia: B. Berenika

Não sei quantas almas tenho.
Cada momento mudei.
Continuamente me estranho.
Nunca me vi nem acabei.
De tanto ser, só tenho alma.
Quem tem alma não tem calma.
Quem vê é só o que vê,
Quem sente não é quem é,

Atento ao que sou e vejo,
Torno-me eles e não eu.
Cada meu sonho ou desejo
É do que nasce e não meu.
Sou minha própria paisagem;
Assisto à minha passagem,
Diverso, móbil e só,
Não sei sentir-me onde estou.

Por isso, alheio, vou lendo
Como páginas, meu ser.
O que segue não prevendo,
O que passou a esquecer.
Noto à margem do que li
O que julguei que senti.
Releio e digo : "Fui eu ?"
Deus sabe, porque o escreveu.

“Oh, vida, das perguntas desses recorrentes
dos infindáveis trens dos incrédulos
das cidades repletas de tolos;
o que há de bom nisso tudo, oh, vida
Que você está aqui;
que existe vida e identidade;
que o poderoso jogo continua
e você pode contribuir com um verso...”

Whitt Whitmam

segunda-feira, 15 de agosto de 2011

O cerrado brilha diante dos olhos!



Fotografias: Sônia Rodrigues

Parafraseando um grande poeta amigo Moisés Augusto Gonçalves, in "A Rebeldia e o Sonho"
Cerrado é pra brilhar...




sexta-feira, 5 de agosto de 2011

segunda-feira, 1 de agosto de 2011

Um passeio pela água...





Fotografias: Sônia Rodrigues

Um passeio pelo céu...





Fotografias: Sônia Rodrigues 

domingo, 17 de julho de 2011

Fotografia: Sônia Rodrigues


"Fiz o caminho. Sem tomar direção, sem saber do caminho.
Pé por pé, pé por si. Deixei que o caminho me escolha.
O alegre, mesmo, era a gente viver devagarinho, miudinho,
não se importando demais com coisa nenhuma.
Nessa estrada, salvou-me a palavra".


João Guimarães Rosa



domingo, 1 de maio de 2011

O beija-flor solitário





Fotografias: Sônia Rodrigues

segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011

Um fim de tarde em Minas

 Minas,
Não há só vilas em Minas
há outros códigos e cânones
outros nomes e signos
outros signatários e insídias
outros assombros...

 ...há outros hábitos e sinos
outros sítios e álibis
outros sons
outras situações
outras insônias
e insolvências...
 ...outros labirintos
há outros muros e mitos
outras vidas assimétricas...

Texto: João Evangelista
Do livro Transversias (2002)
Fotografias: Sônia Rodrigues

sábado, 5 de fevereiro de 2011

"Um céu numa flor silvestre"


Conhece-se a beleza dádiva dos deuses por aquilo que
ela produz na alma dos homens.
Quem é possuído por ela entra em êxtase:
cessa o riso, cessa o choro, o pensamento pára,
a fala emudece.
É mística.



A alma está tomada pela felicidade
da tranqüilidade absoluta.
Era assim que se sentia o Criador ao contemplar,
ao final de cada dia de trabalho,
o resultado da sua obra:



“Está muito bom!
Do jeito que deveria ser!
Nada há de ser modificado!
Amém!”
Fotografias: Sônia Rodrigues
Poema: Rubens Alves

segunda-feira, 24 de janeiro de 2011

Pintura sobre tela




Pintura: Rômulo Bruzzi


"Saudade das horas em claro olhando um corpo inteiro
envolvido em pinceladas.
Hoje, os pincéis também descansam"...


Artista: Rômulo Bruzzi




"O pintor já não vive entre nós...
Não sei se é ele que se despede ou nós que somos despedidos"...



domingo, 9 de janeiro de 2011

Arraial D'Ajuda: praia dos pescadores





Meus olhos puderam contemplar tamanha beleza!

Fotografias: Sônia Rodrigues

quarta-feira, 5 de janeiro de 2011

Quando eu crescer... quero ser mar...
abraçar o infinito
 respirar amor...

Fotografia e texto: Sônia Rodrigues

sábado, 11 de dezembro de 2010

a caminho do mar... lá vou eu...

Praia do Rio da Barra fica no caminho para Arraial d'Ajuda
Foto: Jota Freitas (Bahiatursa)
feriasbrasil.com.br

sexta-feira, 19 de novembro de 2010


A vida se tece em fios de luz.
Nasce e morre
simultaneamente.
Ninguém sabe, ao certo, onde
começa ou termina.
O mais importante é o que se
vive e, vivendo, por inteiro,
se ilumina de amor e de paixão
pela existência.

 Fotografia e Texto : Sônia Rodrigues 

segunda-feira, 15 de novembro de 2010

quarta-feira, 10 de novembro de 2010

Foto: Lis de Castro

Fico assim
quando o luar entra em meus olhos
e rouba minhas sombras:
todo nu,
estremecido de luz,
acalentado de encantos.

Moisés Augusto Gonçalves, in Fragmentos impertinentes
Foto: Gregory Colbert


..."isso quer dizer também que não se ultrapassa o mundo senão entrando nele, e que, num único movimento o espírito usa o mundo, o tempo, a palavra, a história e anima-os de um sentido que não se destrói."

Maurice Merleau Ponty 
Desconheço o autor da belíssima foto

“(...) a solidão ainda vai ter de aprender muito para saber o que é isso, Sempre vivi só, mas a solidão não é sermos capazes de fazer companhia a alguém ou a alguma coisa que está dentro de nós, a solidão não é uma árvore no meio duma planície onde só ela esteja, é a distância entre a seiva profunda e a casca, entre a folha e a raiz”.


José Saramago, O ano da morte de Ricardo Reis

domingo, 15 de agosto de 2010

Tecendo as notas do meu canto


Foto: Gregory Colbert
Para Soninha
Notas de meu canto e mil segredos;
notas de meus prantos,
de meus exílios e desterros;
de minhas loucuras tantas,
de lábios que beijam os olhos da lua;
notas de meus encantos,
molhadas de vida,
cintilantes,
floridas,
de carne,
de pano.
Notas tecidas aos pés da serra,
no calor da água fria e das gentes.
Pluma que voa em busca de corações...
Moisés Augusto Gonçalves

quinta-feira, 6 de maio de 2010

“Há sempre alguém que não vemos nos doando flores. Este pensamento trouxe o infinito para o peito dela e um deixar-se ali onde o humano cresce livre da morte do silêncio. Da morte da partilha. Da morte da solidão. Ela aninha-se na palma da mão da humanidade. O sagrado move-se em suas artérias como nos olhos dos apartados, dos feridos, dos sem céu. Ela aninha-se na respiração profunda das árvores. Caminha junto ao martírio dos cravos. Atravessa os inquebrantáveis em suas verdades. Atravessa os tolerantes entre iguais. Atravessa os catalogadores de seres. Descansa onde o bico do pássaro recolhe a seiva. E flores.
(Mundos Invisíveis, por Luciana Marinho)
Foto: João Evangelista

quarta-feira, 5 de maio de 2010


“Sentava-se no mar até seu vestido crescercomo crescem as papoulas vistas num rio.Sentia os plânctons dourarem seu ventre.Seu ventre como pedra ancoradadesejando chuvas.Sentia-se embebida no sargaçono cheiro intolerável das coisas restando.Quanto mais a brisa vinhamais descia seu corpo de mil tentáculos nascendoe se afogava.”

Foto:Araquem Alcântara
Poema: Luciana Marinho

sexta-feira, 30 de abril de 2010

"'O meu mundo não é como o dos outros,
Quero demais, exijo demais,
Há em mim uma sede de infinito,
Uma angústia constante que nem eu mesma compreendo,
Pois estou longe de ser uma pessimista;
Sou antes uma exaltada, com uma alma intensa, violenta, atormentada.
Uma alma que não se sente bem onde está, que tem saudade...
Sei lá de quê!"'

Florbela Espanca


terça-feira, 13 de abril de 2010

(...) "a vastidão parecia acalmá-la, o silêncio regulava sua respiração. Ela adormecia dentro de si."
Clarice Lispector- Amor
Em meus sonhos, eu voava...

Costuro o infinito sobre o peito.
E no entanto sou água fugidia e amarga.
E sou crível e antiga como aquilo que vês:
Pedras, frontões no todo inamovível.
Terrena, me adivinho montanha algumas vezes.
Recente, inumana, inexprimível
Costuro o infinito sobre o peito
Como aqueles que amam...
Poema Hilda Hilst

segunda-feira, 12 de abril de 2010

Belo...

Sobre um Poema
Um poema cresce inseguramente
na confusão da carne,
sobe ainda sem palavras, só ferocidade e gosto,
talvez como sangue
ou sombra de sangue pelos canais do ser.
Fora existe o mundo. Fora, a esplêndida violência
ou os bagos de uva de onde nascem
as raízes minúsculas do sol.
Fora, os corpos genuínos e inalteráveis
do nosso amor,
os rios, a grande paz exterior das coisas,
as folhas dormindo o silêncio,
as sementes à beira do vento,
- a hora teatral da posse.
E o poema cresce tomando tudo em seu regaço.
E já nenhum poder destrói o poema.
Insustentável, único,
invade as órbitas, a face amorfa das paredes,
a miséria dos minutos,
a força sustida das coisas,
a redonda e livre harmonia do mundo.
- Em baixo o instrumento perplexo ignora
a espinha do mistério.
- E o poema faz-se contra o tempo e a carne.

Herberto Helder