quinta-feira, 15 de setembro de 2011

Fotografia: B. Berenika

Não sei quantas almas tenho.
Cada momento mudei.
Continuamente me estranho.
Nunca me vi nem acabei.
De tanto ser, só tenho alma.
Quem tem alma não tem calma.
Quem vê é só o que vê,
Quem sente não é quem é,

Atento ao que sou e vejo,
Torno-me eles e não eu.
Cada meu sonho ou desejo
É do que nasce e não meu.
Sou minha própria paisagem;
Assisto à minha passagem,
Diverso, móbil e só,
Não sei sentir-me onde estou.

Por isso, alheio, vou lendo
Como páginas, meu ser.
O que segue não prevendo,
O que passou a esquecer.
Noto à margem do que li
O que julguei que senti.
Releio e digo : "Fui eu ?"
Deus sabe, porque o escreveu.

“Oh, vida, das perguntas desses recorrentes
dos infindáveis trens dos incrédulos
das cidades repletas de tolos;
o que há de bom nisso tudo, oh, vida
Que você está aqui;
que existe vida e identidade;
que o poderoso jogo continua
e você pode contribuir com um verso...”

Whitt Whitmam

3 comentários:

  1. Que lindeza de poema... um misto de profundidade com sensibilidade...adorei ler...
    Bom dia...beijinhos
    Valéria

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  2. Poema lindo hein!!! Parabéns!!!
    Oh... hoje tô lançando mais um blog...
    http://aminhapazvosdou.blogspot.com/
    te convido a conhecer...
    bjo,

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  3. Hermoso y sugerente blog.escribes con un hechizo especial.T invito a seguir mi blog.Saludos poéticos.

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